sábado, 8 de janeiro de 2011

CRIANÇAS E AS ARTES MARCIAIS

A CRIANÇA E AS ARTES MARCIAIS


         O que dizem os Psicólogos?
           
            O desejo de se tornar “grande e forte” e, particularmente no menino, um parâmetro essencial da construção da sua personalidade. Durante muito tempo, na evolução da História, o homem impôs seu lugar no mundo pela força bruta.
            A imagem do super-herói musculoso (cinema ou vídeo game) o padrão que o menino tem por modelo. E a lembrar das regiões, ainda muitas, menos favorecidas do globo em que a força bruta continua animalescamente predominando…
            As meninas, há poucos anos mais propensas a atividades mais suaves, como dança, aeróbica ou ginástica, vêem, nos dias de hoje, diante da mesma necessidade de aprender técnicas de auto-defesa diante do inseguro e ameaçador clima social.
            Menino ou menina, toda criança tem uma grande urgência em canalizar seus excessos de energia e agressividade. Ser em pleno processo de desenvolvimento e maturação, a criança não pode ser vista como “um adulto em miniatura”.



 
            A importância da Psicomotricidade

            Estudos mais recentes e um conhecimento mais preciso das diferentes etapas do crescimento infantil têm mostrado que a prática das artes marciais pode contribuir grandemente para a educação psicomotora de crianças a partir dos 5 anos de idade.
            Aos 5 anos, a criança continua muito apegada à mãe e muito centralizada em si mesma (fase do egocentrismo); tem tendência a fazer tudo a ela própria e dificilmente coopera nas atividades de grupo.
            É seu caráter ainda instável que o leva a situação de conflitos. Por outro lado, a criança pode “bloquear-se” ou fechar-se ou opor-se às solicitações dos adultos que vivem num mundo “diferente” do dela.
            No aconchego de uma boa academia, as artes marciais podem levar essa criança a uma situação de segurança e de confiança nos mais velhos. A integração do grupo se dará natural e progressivamente. Os pais podem acompanhar as primeiras aulas, dependendo da linha educacional do professor, mas nunca devem forçar o filho a uma prática que se tornará então extremamente ameaçadora e desagradável.




            O Papel do Professor

            A criança é um ser totalmente emotivo. A personalidade e o equilíbrio de seu professor desempenhará um papel preponderante sobre a vontade e a motivação da criança em querer seguir o curso.
            Obviamente, o professor deverá ser um profissional devidamente habilitado tanto na arte marcial que vai ensinar quanto a educação infantil. Deverá ser uma pessoa equilibrada, paciente e afetiva.




            A importância do “Jogo” ou Aspecto Lúdico

            Crianças tendem a se desinteressar tão rapidamente por uma coisa quanto rapidamente se interessaram. Como ela é um ser profundamente criativo e imaginativo, o aspecto lúdico das atividades (jogo ou brincadeiras – aliadas à disciplina, que são as próprias – “regras do jogo”) devem caminhar junto com o domínio das ações motoras infantis e com suas expectativas emocionais.
            Levar a criança à plena realização de seu potencial em desenvolvimento. É importante a utilização de material diferenciado e numeroso, já que a criança precisa estar sempre “manipulando” alguma coisa.
           
- Permitir à criança tomar consciência de seu corpo é mais forte e mais hábil que o outro. A isso chamamos “lateralidade” em linguagem educacional.
- Fazer a criança tomar consciência de que um lado de seu corpo é mais forte e mais hábil que o outro. A isso chamamos “lateralidade” em linguagem educacional.
- Permitir à criança situar-se no espaço e de situar as coisas umas com relação às outras (estruturação espacial).
- Permitir à criança situar-se no tempo e assimilar noções de cronologia, de ritmo e de cadência (estruturação temporal).
            Como se vê, trata-se de um verdadeiro “sacerdócio” o ensino que o instrumento de arte marcial vai ministrar a seus alunos infantis.
            A maneira pela qual a criança se exprime, com seu corpo, traduz seu bem ou mal estar diante do ambiente que a cerca. Uma criança segura de si caminhará de maneira diferente de uma criança ameaçada ou tímida.
            A prática das artes marciais deverá dar ao educando pleno domínio de seus movimentos. Mas deverá agir sobre o comportamento infantil, canalizando o excesso de energia.
            Nesse processo educativo, o aprender a socar, chutar ou cair não é objetivo do ensino das artes marciais para crianças.
            O aspecto que surge, em primeiro plano é o direcionamento sadio do desenvolvimento infantil para a boa integração no meio ambiente e conseqüentemente para a auto-aceitação.



sensei pedro melo

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