domingo, 27 de fevereiro de 2011

MESTRE LUIS LACOMBE ILUSTRE TREINADOR DO BRASIL E DA VIDA...

relacionamento:casado(a)
aniversário:19 março
idade:51
idiomas que falo:Português (Brasil)
quem É LACOMBE:PROFESSOR DE KARATE, PROCURANDO MELHORAR
Cristão/católico
visão política:esquerda-liberal
humor:simpático
cidade natal:RIO DE JANEIRO
paixões:KARATE
esportes:KARATE
atividades:KARATE
música:IMAGINE
estado:são paulo
país:Brasil


Prof Lacombe,

um excelecente técnico de Karate; uma pessoa excelente; adora o karate; e td o q faz; adora conversar; contar as suas historias; contar as suas experiencias no karate; adora zuar com as pessoas; um excelente treinador ; tecnico da seleção brasileira de karate e do vasco da gama; atencioso; observador e apesar de ter treinado com ele so dois dias ele olhou pra mim e me elogiou e perguntou se eu ainda lutava em competições eu responde que não mais tinha uma grande paixão... , ele falou: que pena o karate perdeu muito sem vc!...!!! nunca esqueci essas palavras talves o senhor nem lembre que disse isso pra mim , mais pra mim ficou marcado pra sempre...!!!

ah...
jah ia me esquecendo!!
coml ninguem é perfeito...
ele tem um defeito:
EH VASCAINO!!!
aff...
ninguem merece neh professor?!?!?


UM GRANDE SONHO: REUNIR A VELHA GUARDA DO AMERICA... KARATE SONHO ETERNO... OSS!!!

SENSEI PEDRO MELO

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MESTRE LUCENA - UM EXEMPLO DE SENSEI, PAI E PESSOA... OSS!!!

nome : Edgard Wellingthon Lucena
aniversário: 20 setembro

idade:42

idiomas que falo: Português (Brasil), Italiano, Inglês (Reino Unido)

quem é edgard?:
AMIGO,SINCERO,RESPONSÁVEL, CORAÇÃO FORTE, ADMIRA AS PESSOAS SIMPLES E INTELIGENTE...COSTUMA SE APROXIMAR DE PESSOAS MENOS ASSISTIDAS SOCIALMENTE, E É MUITO ENVOLVIDO COM PROJETOS SOCIAIS, DE PREFERÊNCIA COM ATUAÇÃO DIRETA EFETIVAMENTE, ALEM DE SER UM EXTRAORDINARIO PAIFESSOR DE TODOS!

filhos: sim – moram comigo duas lindas meninas...

etnia: hispânico/latino

humor: inteligente/sagaz, simpático
orientação sexual: heterossexual

estilo:contemporâneo

cidade natal:

cidade: MACEIO

estado:AL

código postal/CEP: 57035680

país: Brasil

LADO PROFISSIONAL:
escola (ensino médio):SUPERIOR ( CURSANDO )

faculdade / universidade:ESAMC !!


profissão:PROFESSOR

setor:Governo, Relações Internacionais


descrição do trabalho:
TRABALHO VOLTADO PARA DESEVOLVIMENTO HUMANO E DESPORTIVO !!

interesses profissionais: PESQUISAS.....EM ÁREAS HUMANÍSTICAS, E DESPORTIVAS..!!!



ALGUNS TITULOS CONQUISTADOS:
 CAMPEÃO SELETIVA NORTE/NORDESTE 1988
 CAMPEÃO SELETIVA CAMP.BRASILEIRO 1989
 CAMPEÃO PERNAMBUCANO 1989
 CAMPEÃO DA 1 TAÇA UNIÃO  DE KARATE 1988
 BI - CAMPEÃO DA TAÇA UNIÃO DE KARATE 1989
 CAMPEÃO TORNEIO CIDADE DE JOÃO PESSOA 1990
BI - CAMPEÃO PERNAMBUCANO 1990
TRI- CAMPEÃO PERNAMBUCANO 1991
CAMPEÃO NORTE-NORDESTE 1991
CAMPEÃO NORDESTE 1994
OCTA - CAMPEÃO INTERESTADUAL 1988 A 1990
CONVOCADO MUNDIAL / ARGENTINA 1994
CONVOCADO CAMP. EUROPEU / ITALIA 1995


 LADO PESSOAL FISICO...
par perfeito: SINCERIDADE, RESPEITO,SIMPATIA E EDUCAÇÃO !!

o que mais chama atenção em mim: CORAGEM E DETERMINAÇÃO !

altura:181 centímetros

cor dos olhos: castanhos

tipo físico: atlético(a)

arte no corpo: tatuagem em lugar estratégico

aparência: muito atraente

do que mais gosto em mim: busto/tórax

o que me atrai: convicção, inteligência, aventura

primeiro encontro ideal:
RESPEITO EDUCAÇÃO E SIMPATIA...!!

com os relacionamentos anteriores aprendi:
AMIZADE....RESPEITO...E MATURIDADE !!

cinco coisas que não suporta:
FALSIDADE,MENTIRAS,INVEJA,ROUBO,TRISTEZA,PESSIMISMO.

no meu quarto, você encontra:
PAZ E RESPEITO E MUITA ENERGIA !!

EDGARD POR SENSEI PEDRO MELO:
Uma pessoa gentil , generosa , que com o tempo fui admirando sempre, um excelente profissional na area do karate, e como pessoa nem se fala , é uma pessoa sem palavras, um campeão em todos os sentidos.... sou uma pessoa de poucos amigos , e costumo dizer que meus amigos eu conto na palma da minha mão e concerteza sensei edgard esta entre os dedos da palma de minha mão... oss!!!!

foto do brasileiro de karate de 1997 - vitoria da conquista- bahia
edgard lucena nosso eterno campeão alagoano...
oss!!!
sensei pedro melo

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ALTAMIRO CRUZ HEROI BRASILEIRO

IX Campeonato Panamericano Adulto, 1994, Miami/USA
Naquela época o combate terminava quando um competidor atingia a contagem de seis (6) pontos. A contagem era feita da seguinte maneira: wazari 1 e ipon 2 ponto.
Disputa da categoria +80kg, Didi x atleta USA, faltava menos de um minuto para terminar o combate e o americano vencia por 5x0, com toda torcida a seu favor. Num momento de Yame, Didi olha para o teto do ginásio dá umas palmadas no próprio rosto e, voltando ao combate, na primeira entrada consegue 1 ippon ficando a contagem de 5x2, logo em seguida ele consegue um wazari 5x3. Quando faltava uns 15 segundos para terminar o tempo de luta ele faz mais 1 ippon, empatando a luta em 5x5. Nesta altura do campeonato, o atleta dos Estados Unidos estava perdido, não entendendo o que estava acontecendo; reiniciado o combate, devia faltar 3 ou 5 segundos para terminar o tempo regulamentar, Didi, com precisão, aplica um jodan zuki, fechando a luta sagrando-se mais uma vez Campeão Panamericano. O Brasil foi campeão por Equipe e Geral nessa competição.
Altamiro Cuz, um dos Heróis do Karate Brasileiro.

Campeonato Mundial 2000 – Alemanha (I)

84 paises participantes – 820 atletas
Cenário: Ginásio Olímpico de Munique – Público 11.000 pessoas

Competição Por Equipe

Equipe Brasileira: Altamiro Cruz (Didi), Antonio Carlos Pinto (Pré), Nelson Sardemberg e os JUNIORES: Leivas Alves, Antonio Geraldo Coelho Jr. (Geraldinho) e Roney Victor; completou a equipe na repescagem Ricardo Aguiar.

Um dia antes da competição, junto com o técnico José Carlos (Zeca), verificamos que o primeiro adversário do Brasil seria o Japão. Por conhecer a escola japonesa de karate, escola essa que deu início ao karate brasileiro, sabiamos das dificuldades do primeiro confronto. Eu disse para o Zeca, – e agora. Ele respondeu, deixa comigo - vou colocar uma pilha nesta garotada.

Primeiro Confronto: Brasil 3 x 1 Japão
1ª luta: Antonio Carlos Pinto (Pré) 2x2, 2ª luta: Altamiro Cruz 5x2, 3ª luta: Roney Victor 2x3, 4ª luta: Antonio Coelho Jr. 5x1, 5ª luta: Leivas Alves 4x0.
Segundo Confronto: Brasil 4 x 0 Nova Zelandia
1º luta: Altamiro Cruz 5x1, 2ª luta: Antonio Carlos (Pré) 4x1, 3ª luta: Antonio Coelho Jr 1x1, 4ª luta: Nelson Sardemberg 6x2, 5ª luta: Leivas Alves 6x1.
Terceiro Confronto:- Brasil 3 x 1 Holanda
1ª luta: Antonio Coelho Jr 1x0, 2ª luta: Altamiro Cruz 4x6, 3ª luta: Leivas Alves 2x2, 4ª luta: Antonio Carlos (Pré) 4x1, 5ª luta: Nelson Sardemberg 3x2.
Quarto confronto: Brasil 2 x 1 Tunisia
1ª luta: Altamiro Cruz 5x1, 2ª luta: Antonio Carlos (Pré) 0x1, 3ª luta: Leivas Alves 0x0, 4ª luta: Nelson Sardemberg 6x3, 5ª luta: Antonio Coelho Jr 2x2.

Após a vitória sobre a Tunísia, cairam todas as fichas, descobrimos que estávamos na Semi-Final do Campeonato Mundial do ano 2000, no ginásio Olímpico de Munique, com uma platéia de onze mil (11.000) pessoas e o adversário era dono da casa - a Alemanha - com quase toda torcida a seu favor:

Semi-Final - Brasil 1 x Alemanha 4: 1ª luta: Altamiro Cruz 2x0, 2ª luta: Antonio Coelho Jr 2x5, 3ª luta: Leivas Alves 2x6, 4ª luta: Nelson Sardemberg2x5, 5ª luta: Antonio Carlos Pinto 0x1.

Foi um momento emocionante e histórico do karate brasileiro. Faltou pouco para disputar o título mundial. Os atletas citados, Heróis do Karate Brasileiro, jamais irão tirar deles o que fizeram naquele momorável dia 13 de Outubro de 2000 em Munique – Alemanha. OSS
 

Na repescagem da disputa do terceiro lugar, brasil  perde para Inglaterra por 4x1

Nome: Altamiro Oliveira da Cruz
Nascimento: 20 de fevereiro de 1968, em Brasília
Altura: 1,85m
Peso: 99kg
Calçado: 43
Prato preferido: farofa de ovo, arroz com brocólis, picanha grelhada com alho, vinagrete e batata frita
Melhor filme: A vida é bela (Roberto Benigni)
Melhor livro: Quase Memória (Carlos Heitor Cony)
Estado civil: solteiro
Escolaridade: cursa o 4º semestre de jornalismo, no Iesb
Hobby: velejar de windsurfe e kitesurfe
Objetivo no Pan: conquistar o ouro
obstinação:
A obstinação do brasiliense vem desde a infância. Começou no judô, aos 9 anos. Quando tinha 12, resolveu praticar paralelamente o caratê. Era o início de uma carreira vitoriosa. Didi se graduou como carateca em três anos, com o professor Testa. ''Parece que foi fácil, mas no exame havia 50 pessoas, e só eu passei. Foi aí que abandonei o judô. Não queria saber de outra coisa senão me aprimorar cada vez mais no caratê.''


sensei pedro melo

CIÇA - HEROINA NACIONAL

Maria Cecília (42 anos) ou simplesmente Ciça para os amigos, tinha tudo para ser mais uma personagem de uma dessas histórias que povoam o noticiário policial de nossa cidade. Nascida em uma família humilde não conheceu o pai. Ela e mais seis irmãos (Marcelo, Ciça, Guilherme, Marcos, Celina, Eliza, que faleceu ainda bebê e Vânia) eram pobres, mas felizes. A mãe, dona Ângela, sustentava a casa com o dinheirinho minguado do salário de diarista que ganhava lavando, passando roupas e costurando para a vizinhança do Bairro de Fátima, centro do Rio, onde moravam.

Para mostrar que vale a pena sonhar, mesmo nas condições mais adversas, Maria Cecília de volta do Canadá trazendo a taça de campeã mundial de karatê (categoria única) disputada em Toronto. Um sonho que começou a se desenhar quando a menininha pobre e separada do resto dos irmãos com apenas 7 anos de idade, se apaixonou pelo esporte aos 20, quando fez uma visita a academia de karatê ‘Kamikaze’, na rua do Bispo, Rio Comprido, centro do Rio.

Ali, pela primeira vez ouviu o grito característico dos praticantes da milenar arte marcial oriental e quis ver de perto do que se tratava. Foi amor à primeira vista. Naquele dia Ciça disse para si mesma: “É isso que eu quero para a minha vida”. De lá até nossos dias a menininha sem futuro e sem rumo passou a colecionar inúmeros troféus de campeonatos de karatê disputado ao redor do mundo (Argentina, Estados Unidos da América, Europa, África, Ásia e Oriente).

Fã do astro Bruce Lee, Maria Cecília fez do amor ao esporte sua profissão de fé. Mas até aqui, a jornada tem sido dura. A barra começou a pesar em 1973 quando os biscates da mãe dona Ângela foram escasseando e o dinheiro também. Com dificuldades para pagar o aluguel da casinha simples no Bairro de Fátima, centro do Rio, a família foi despejada e passou a morar na rua. Não fosse a solidariedade da vizinhança as coisas poderiam ganhar outro rumo.

Primeiro uma vizinha acolheu os irmãos, mas o Juizado de Menores (hoje Vara da Infância e Juventude) impediu a ‘adoção’ sob o argumento de que havia gente demais naquela casa. O resultado da ação é que separaram os irmãos. As meninas foram para o Educandário N.Sra. de Fátima, em Jacarepaguá (Zona Oeste) e os irmãos para a extinta Febem (em Quintino).



“Mas Deus tinha um plano em nossas vidas”, justifica Ciça que é evangélica e congrega na Igreja Presbiteriana Esperança em Vargem Grande, desde os 20 anos de idade. Sua sorte começou a mudar quando a dra. Maria Lúcia Barbosa Lima (advogada e comissária de menores ou anjo), levou a jovem para trabalhar em sua casa para cuidar do neto Bernardo de um ano e meio. Ali, permaneceu por três anos com casa, comida e roupa lavada além de estudar até concluir o 2º grau.

Foi então recomendada pela própria patroa para trabalhar na casa da dra. Ana Maria Xavier (também advogada) para cuidar do filho Fábio Augusto. Mas a juventude aliada a um vazio existencial levou Ciça a buscar resposta em várias relações amorosas que a decepcionaram e que culminaram no consumo exagerado de álcool e drogas ilícitas pela ainda menina, Ciça.

Agora, com 19 anos, ela encontra trabalho no Centro Educacional Deofrildo Trotta. E escola é extinta e os professores resolvem tocar um projeto próprio que era o de criar uma academia de esportes. Aí, começa o envolvimento de Ciça com o karatê (amor à primeira vista). O primeiro treino foi com um quimono emprestado por um lutador muito maior que ela. Mas isso não foi problema porque a vontade era grande.

Entusiasmada pela filosofia empregada no karatê (conter a agressão, manter a calma em momentos tensos, dialogar sempre e respeitar o adversário) a jovem aspirante a campeã mergulhou de cabeça no esporte. Com oito anos de academia e faixa laranja na cintura, foi inscrita pelo inesquecível professor Eraldo Soares no Campeonato Carioca de Karatê nos anos 80 e ficou com o 3º lugar, derrotando outras campeãs de categorias superiores, inclusive faixas-pretas.

Logo em seguida foi selecionada para representar o Rio na Copa Brasil Manoel Tobino. Entusiasmada com a possibilidade de mudar o rumo da sua vida através do esporte e realizar o sonho de dar uma casa para a sua mãe dona Ângela, a jovem Ciça mergulhou nos treinos e os resultados começaram a acontecer. Foi selecionada para o Mundial do Egito em 88. Já chegou lá cantando marra e querendo enfrentar logo de cara a campeã japonesa. A falta de humildade lhe custou caro. Levou uma baita surra da nipônica, mas aprendeu a lição.

Daí em diante, colocou em prática tudo o que a filosofia da arte marcial milenar ensinara e os resultados foram aparecendo: tetracampeã sul-americana, pentacampeã sul-americana, 12 vezes campeã estadual, dez vezes campeã brasileira, tricampeã mundial no Japão, campeã no Open de Paris, África do Sul, Angola e agora o tri no Canadá. Tal proeza levou o nome de Maria Cecília para o Guiness-Book como a primeira latino-americana a conquistar títulos dentro do Japão, berço do karatê e no resto do mundo.



Casada com Fábio Maia (ex-goleiro do América a atualmente treinador de goleiros desempregado), Ciça tem três filhos que herdaram o talento da mãe para o esporte: Ana Carolina (13), faixa verde de karatê, Ana Bárbara (6) faixa vermelha e o caçula Allef (4) faixa branca.

A campeã entre um treino e outro encontra tempo para dar aulas em projetos sociais como o “Betânia Esporte”, em Realengo, que fica na comunidade carente de Nogueira de Sá e o “Suderj Informa no Fumacê”.

Uma história curiosa aconteceu com a atleta nos Jogos Pan-Americanos de 2007. Primeira colocada na classificatória acabou ficando de fora sem nenhuma explicação convincente da Comissão Técnica. Resultado: sua substituta apanhou feio durante a competição e não conquistou medalha. O fato provocou a ira da torcida que passou a gritar o seu nome no estádio: “Ciça! Ciça! Ciça!”. Era o reconhecimento definitivo à garra e determinação de uma HEROINA NACIONAL...



SENSEI PEDRO MELO

juarez santos

Juarez Silva dos Santos (12 de abril de 1979) é um carateca brasileiro.
Juarez começou a praticar caratê aos 11 anos, quando Wanderlei, um professor de caratê, começou a dar aula aos jovens do bairro onde morava.
Nos Jogos Pan-americanos de 2007 Juarez derrotou o venezuelano Mario Toro na final da categoria acima de 80kg, conquistando a medalha de ouro.
Em 2010, foi candidato pelo PRB (Partido Republicano Brasileiro) ao cargo de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, obtendo 6.169 votos.


Juarez foi o primeiro brasileiro a lutar no caratê dos Jogos Pan-Americanos. E terminou como o primeiro carateca a conquistar a medalha de ouro. Mas seu começo foi da forma mais amadora possível. Com 11 anos, Wanderlei, um professor de caratê, chegou no bairro onde morava, no Rio de Janeiro, e começou a treinar a "garotada da rua". Ele, que já havia sido incentivado pela mãe a treinar o esporte, mas só não o fizera antes por morar muito longe de um treinador.

A primeira competição não foi um estadual ou um brasileiro, mas sim uma pequena prova no quintal do professor. Juarez foi o campeão. Não precisou de mais para que ele tivesse a motivação para continuar praticando a modalidade. "Após anos de luta, já na seleção brasileira adulta, eu tracei esse objetivo, quando soube que o Brasil sediaria os Pan 2007". Começou, então, a preparação para apresentar um bom desempenho na sua estréia.

Foram de três a quatro horas de treinamentos diários. Mas a força aplicada no tatame, ele afirma que tem outra origem. "Vou à igreja, onde busco a força de Deus para vence no dia-a-dia". É também buscando esta força que ele afirma entrar no tatame para uma competição. "Costumo antes de entrar no tatame falar com Ele".

Funciona? Juarez garante que sim. E os títulos não o deixam mentir. Ele é tricampeão Sul-Americano e vice-campeão do Pan-Americano de caratê. No Pan, porém, foi sua primeira vez. Ou segunda se for levada em consideração sua participação como reserva da categoria acima de 80 kg no Pan 2003. A equipe contava com Altamiro Cruz, o Didi, e o fato de estar atrás de Altamiro em 2003, Juarez conta com orgulho. "Posso dizer que eu era o reserva da categoria que tinha um dos melhores caratecas da equipe brasileira".


sensei pedro melo
Lucélia de Carvalho Ribeiro (12 de abril, 1978) é uma carateca brasileira.
Lucélia começou a praticar caraté aos 8 anos, escondida dos pais.
Em 2007 conquistou o tricampeonato em Jogos Pan-americanos, vencendo na final a colombiana Ana Escandón.Ainda em 2007, Lucélia recebeu pela quarta vez o Prêmio Brasil Olímpico, como a melhor atleta do caratê nacional.


A brasileira Lucélia Ribeiro conquistou o tricampeonato pan-americano na categoria acima de 60kg do karatê, no pan rio 2007 ao vencer novamente a colombiana Ana Escandon por 2 a 1, no Complexo Esportivo Miécimo da Silva, no Rio de Janeiro.
Com a vitória, Lucélia se tornou a única brasileira a ser três vezes medalhista de ouro em Jogos Pan-Americanos.
A lutadora do Distrito Federal venceu na primeira luta a chilena Stephanie Soffia (3 a 2), na segunda, a mexicana Yadira Lira (2 a 1) e a terceira vitória foi contra a colombiana Ana Escandon (4 a 0).
Na semifinal, Lucélia venceu a cubana Yaneya Gutierrez e na final, ganhou mais uma vez da colombiana Ana Escandon.
Lucélia, que precisou enfrentar uma chave difícil para chegar à final, afirmou que treinou forte para o Pan.
"Todas as disputas e treinos que fizemos ajudaram, minha chave estava muito pesada e estou feliz porque consegui passar pelos adversários mais difíceis", disse a atleta, que está muito confiante em relação ao desempenho do karatê nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
"Eu acho que o karatê vai mostrar a que veio, é uma família, treinamos muito e acho que todo mundo vai chegar à final. Vamos tentar bater o recorde de medalhas da modalidade aqui no Rio".


sensei pedro melo

douglas brose

Com muito orgulho que o karateca brasileiro Douglas Brose sagrou-se CAMPEÃO MUNDIAL DE KARATE após vencer o italiano Michele Giuliani por 4 x 2 na final do Campeonato Mundial de Karate que está sendo realizado em Belgrado na Sérvia.

Douglas Brose é o 1º karateca (homem) brasileiro a conquistar o título mundial. A carioca Maria Cecília Maia em 1998 sagrou-se campeã mundial no Rio de Janeiro.

No mundial de 2008 em Tóquio/Japão o gaúcho que reside em Florianópolis, Douglas Brose, conquistou a medalha de bronze na categoria -60 Kg e desta vez conquistou de maneira fenomenal o título máximo da arte marcial mais praticada do mundo.

Douglas venceu presentates de 6 países: 1 x 0 no Wales, 5 x 1 na França, 4 x 1 no Chile, 3 x 1 na Colômbia, 8 x 2 na Espanha e 4 x 2 na final contra a Itália.
O evento conta com a participação de 1260 atletas de 88 países:
sensei pedro melo


 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Freizer, uma vida dedicada ao Karate Imprimir E-mail
Antonio Fernando Pinto (o Freizer), foi atleta das seleções mineira e brasileira de karate, bem como treinador de ambas; nessas seleções  foi treinador dos filhos Antonio Carlos Pinto (o Pré) e Paulo Pinto. Agora, no Campeonato Brasileiro Senior 2010, realizado na cidade de Caruaru/PE, o Freizer aparece, novamente, como técnico da Seleção Mineira e tendo como pupilo o seu NETO, Paulo Roberto Pinto, medalha de bronze na categoria +84kg. Dessa forma, a família do Freizer completa três gerações de karatecas de alto nível. Parabens Freizer – uma vida dedicada ao karate.
A DIMENSÃO PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA: QUESTÕES DIDÁTICAS E EPISTEMOLÓGICAS
                                                                                  José Carlos Libâneo*

O objetivo deste texto é sugerir um ponto de vista pedagógico em relação à educação física. A pedagogia e a educação física têm muito a oferecer uma à outra porque se há uma dimensão física da educação, há uma dimensão pedagógica da educação física. Quando falamos de uma educação física, a primeira idéia que aparece é de uma atividade educativa referente a um aspecto da personalidade humana, o desenvolvimento físico. A teoria educacional atual concebe o ser humano como uma unidade na qual se realizam as dimensões físicas, cognitiva, afetiva, social, moral, estética, ambiental, todas elas envolvendo a personalidade humana. A dimensão física integra tudo o que diz respeito à motricidade humana, ao dominio do espaço, aos gestos e expressões do corpo, dando origem à educação física e à prática pedagógica da educação física.
Por outro lado, falamos de uma dimensão pedagógica quando se trata da prática de atividades físicas de caráter psicomotor, lúdico, higiênico, estético, esportivo, de modo a que os indivíduos desenvolvam seu potencial de saúde e de atividades físicas. Temos, aí, uma prática pedagógica que propicia a educação geral de pessoas no âmbito das atividades físicas e esportivas.
            As relações entre a pedagogia e a educação física são abordadas neste texto em três tópicos:
1.      A dimensão física da educação humana;
2.      A dimensão pedagógica da educação física e a prática pedagógica em educação física;
3.      O processo investigativo da educação física e o “modo de pensar e agir” que lhe corresponde como referência para a prática pedagógica em educação física ou de como o modo de compreender pedagogicamente a educação física depende do como de compreendê-la epistemologicamente.



1. A dimensão física da educação
            Do ponto de vista da teoria educacional, a dimensão física da educação corresponde a um dos caminhos para se alcançar o desenvolvimento do conjunto da personalidade humana. Sabemos hoje que podemos distinguir conceitualmente entre educação física, a prática esportiva e o adestramento corporal, mas o que se acentua aqui é o papel das atividades físicas na formação geral.
O estudo do campo investigativo da educação física tem sido feito por muitos especialistas da área que propõem um ou outro dos seguintes objetos de estudo: motricidade humana, movimento corporal, corporeidade, cultura corporal. A meu ver, a explicitação do objeto é imprescindível para a discussão dos aspectos pedagógicos de um campo de estudos. Clarificar o objeto da educação física é condição para se formular uma fundamentação epistemológica e metodológica da pedagogia da educação física. Como não se fará neste texto uma discussão de cunho epistemológico, vou escolher um daqueles objetos de estudo mencionados - o movimento corporal - apenas para ilustrar minha argumentação sobre a dimensão pedagógica da educação física.
            O movimento, nesse caso, é o objeto da ação educativa física e, ao mesmo tempo, o meio de se obter a dimensão física da educação, isto é, a educação dos indivíduos através do movimento corporal. A educação física seria, assim, compreendida como conjunto de saberes, métodos e técnicas centradas no corpo e no movimento enquanto meios para formar a personalidade do aluno tanto do ponto de vista pessoal como social.
            Em que consiste a prática educativa através do movimento corporal? Dentro do interesse da teoria da educação, a educação física diz respeito ao corpo, talvez melhor, ao movimento do corpo, portanto à ação educativa através do corpo visando a educação completa das pessoas. E o modo de compreender isso pedagogicamente coincide com os processos de investigação próprios da educação física, ou seja, a apreensão, a compreensão, do movimento. As perguntas seriam: como captamos os movimentos, como observamos os movimentos, como funcionam e como sentimos os movimentos corporais? Como captamos o movimento no seu aspecto interno, como atividade vital e no seu aspecto de expressão da capacidade corporal nas suas formas culturais e pessoais?
            Essas perguntas são postas aos pesquisadores do campo teórico da educação física e os resultados de sua investigação ajudam os pedagogos a compreenderem a dimensão física da educação, a configuração do objeto de estudo desse campo e a identificação dos processos e procedimentos metodológicos de acessar esse objeto. Temos, assim, o ponto de partida para pensarmos a dimensão pedagógica da educação física.


2. A dimensão pedagógica da educação física
Antes de considerarmos os ingredientes pedagógicos da educação física será útil esclarecer o que é a pedagogia, o que é a dimensão pedagógica de alguma coisa.
Muitos professores compreendem pedagogia apenas como o modo de ensinar, as técnicas de ensino, o uso de melhores meios e recursos para que os alunos aprendam. Em parte pedagogia é isso, mas ela tem um significado mais amplo: é um campo de conhecimentos sobre a realidade da educação em vários contextos, cuja responsabilidade é formular objetivos sociais, políticos, culturais, e formas metodológicas e organizativas da ação educativa, visando a formação humana.
A pedagogia é, portanto, a teoria e a prática da educação. A idéia mais aceita que se tem, hoje, de educação é de que ela é uma prática social pela qual os seres humanos adquirem aquelas características humanas e sociais necessárias para a vida em sociedade. Ou seja, ela constitui-se do conjunto de ações, influências, processos, estruturas, que atuam no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos em suas capacidades físicas, cognitivas, espirituais, morais, estéticas, num determinado contexto sociocultural e político. Pode-se dizer, ainda, da ação educativa, que ela atua através de saberes e modos de agir, tais como conceitos, teorias, habilidades, técnicas, procedimentos, estratégias, atitudes, crenças, valores, preferências, adesões, que precisam ser internalizados pelos indivíduos como condição de continuidade da sociedade e produção de outros saberes e modos de agir.
Adquirindo esses saberes e modos de agir, os indivíduos ganham um patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas, valores, etc. Chamamos de mediação essa característica da ação educativa, porque é através dela que se favorece o desenvolvimento dos indivíduos na dinâmica sociocultural de seu grupo, sendo que o conteúdo dessa mediação são os saberes e modos de ação, isto é, a cultura que vai se convertendo em patrimônio de cada ser humano. As escolas e outras agências educativas não-escolares são os lugares em que dá a mediação cultural entre as práticas socioculturais e o desenvolvimento cognitivo e operativo (saber pensar, saber fazer, saber agir) dos educandos. A pedagogia, justamente, opera essa mediação cultural através de vários agentes, sob várias modalidades e em vários lugares sociais. Além dos agentes educativos convencionais – a família, a escola – tem-se uma multiplicidade de outros agentes como os meios de comunicação, as instituições sociais, culturais, recreativas, de saúde e cuidados corporais, os grupos sociais organizados, inclusive a cidade e os equipamentos urbanos, que atuam em vários lugares. Falamos, também, das modalidades informais, não-formais e formais da educação (Libâneo, 2000).
Trata-se, pois, de práticas educativas no plural, de modo que não podemos reduzir a pedagogia à educação escolar. Por conseqüência, se há uma diversidade de práticas educativas, há também várias pedagogias: a pedagogia familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação, etc., e também a pedagogia escolar. E, por que não, uma pedagogia da educação física nos vários contextos em que ela acontece?
Mas é preciso acentuar, ainda, que as práticas educativas vão se modificando conforme tempos e lugares, devido à sua natureza eminentemente social. Sendo prática social, ela acontece em meio a relações sociais entre grupos, classes, gerações, etnias, crenças. Numa sociedade em que as essas relações se dão entre grupos sociais antagônicos, com diferentes interesses, em relações de exploração de uns sobre outros, a educação só pode ser crítica, pois a humanização plena implica a transformação dessas relações. Isso significa que a pedagogia lida com o fenômeno educativo enquanto expressão de interesses sociais em conflito na sociedade em que vivemos. É por isso que a pedagogia expressa finalidades sociopolíticas, ou seja, uma direção explícita da ação educativa relacionada com um projeto de gestão social e política da sociedade. Então, dizer do caráter pedagógico das práticas educativas é dizer que a pedagogia, a par de sua característica de cuidar dos objetivos e formas metodológicas e organizativas de transmissão e assimilação de saberes e modos de ação em função da construção humana, refere-se, explicitamente, a objetivos éticos e a projetos políticos de gestão social. Esse entendimento do “pedagógico” indica intencionalidade, determinação, sistematização, controle de objetivos, contra formas espontaneístas de educar.
Resumindo: a educação, as práticas educativas, é a ação, os processos de formação das pessoas, a pedagogia é a reflexão e decisão sobre essa ação para definir objetivos e formas de realizar o trabalho educativo. Como a educação refere-se a assimilação e reconstrução da cultura, a pedagogia lida com tudo o que diz respeito à transmissão e assimilação de saberes e modos de ação, como são os conceitos, os códigos, as técnicas, as habilidades, as atitudes, os valores. Se temos saberes, modos de agir, modos de fazer, atitudes em relação à motricidade, ao corpo, ao desenvolvimento físico, a serem internalizados pelas pessoas, então posso falar de uma educação física e de uma pedagogia da educação física ou da dimensão pedagógica da educação física.
Podemos, agora, relacionar mais diretamente esses conceitos com a educação física. A educação física – uma dimensão da educação ao lado de outras como a cognitiva, a emocional, a estética, a moral – ocupa-se de processos intencionais de comunicação e internalização de saberes: saberes de conhecimentos, saberes de experiências, saberes de habilidades, saberes de valores, obviamente relacionados com a motricidade humana. A pedagogia viabiliza objetivos e formas metodológicas e organizativas das práticas da educação física. A dimensão pedagógica da educação física consiste em formular objetivos sociopolíticos e pedagógicos que orientam a internalização de conceitos, procedimentos, atitudes, valores, sob a forma de esquemas mentais e modos de proceder habitualmente. Isto implica a atividade docente, o uso de métodos e procedimentos, as formas pelas quais os alunos desenvolvem competências do aprender, do pensar, do agir, do ponto de vista físico, motriz.
A pedagogia precisa ser, ao mesmo tempo, teoria e prática. O pedagogo francês Jean Houssaye escreve que a pedagogia busca unir a teoria e a prática a partir de sua própria ação, e é nesta produção específica da relação teoria-prática em educação que ela tem sua origem, se inventa e se renova. Sendo assim, a dimensão pedagógica da educação física refere-se à teoria e à prática da construção no ser humano das suas características físicas e corporais, implicando objetivos, processos e meios dessa formação no âmbito físico num determinado contexto sociocultural de tempo e espaço. O pedagógico aparece na educação física pelo menos três vezes: como finalidade social e pedagógica, como processo de desenvolvimento da dimensão física e como resultado de um aluno “fisicamente ou motrizmente” educado. A educação física é uma das dimensões da educação, portanto, é matéria pedagógica, cabendo ao pedagogo apropriar-se da teoria da educação física para poder fazer uma reflexão sistemática sobre a dimensão física da educação, seus processos educativos e sua realização pedagógica onde quer que seja ensinada e aprendida. Tem-se aí uma necessária complementaridade entre a investigação pedagógica e a investigação específica no campo da educação física.

3. A dimensão pedagógica se realiza pela internalização, pelos sujeitos, de um modo de pensar e atuar “físico”, “motor”
            Conforme tentamos esclarecer, a dimensão pedagógica da educação física refere-se à assimilação e reconstrução de saberes da cultura, visando a formação dos alunos para a vida familiar, política, cultural, que é o podemos chamar de formação geral ou formação para a cidadania. Ocorre ai um triplo processo: transmissão, assimilação, reconstrução da cultura, cujo resultado é o desenvolvimento das capacidades cognitivas e operativas dos aprendizes – capacidade de pensar, julgar, agir – e o domínio dos conteúdos culturais e científicos (conhecimentos, habilidades, valores).
Então, o produto esperado da educação física é o desenvolvimento de capacidades e competências do pensar e agir em torno dos conteúdos e processos da educação física. Posso dizer isso de uma forma mais prática: um aluno que passa pelas aulas e/ou atividades de educação física, em qualquer lugar em que se considere a atividade física como educativa, precisa demonstrar:
·         que sabe transformar conteúdos específicos tais como teorias, conceitos, regras, métodos em instrumentos conceituais de análise e solução de problemas e dilemas da realidade;
·         que domina um conjunto de habilidades básicas relacionadas com a motricidade humana;
·         que sabe atribuir ao conhecimento e habilidades internalizados um caráter ético, valorativo, ou seja, que tem uma postura ética e política.
Ora, se se aceita que a dimensão pedagógica da educação física tem a ver com esses produtos de aluno, o conteúdo do ensino da educação física supõe ao menos três elementos:
·         Os saberes “físicos”, digamos, os saberes da motricidade humana, em sua relação e em sua complexidade, ligados à experiência sociocultural dos alunos;
·         Os esquemas mentais e as ferramentas conceituais que os alunos incorporam para compreender e transformar a realidade do ponto de vista da motricidade humana;
·         As ações que os alunos praticam em decorrência dos conteúdos e processos mentais que internalizam, em termos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores.
Em resumo, o que impulsiona o desenvolvimento das capacidades de pensamento e ação dos alunos são os conteúdos e as capacidades intelectuais e físicas que decorrem de um modo de pensar próprio da construção do objeto da educação física, a motricidade humana. O desafio, portanto, que caracteriza a prática pedagógica na educação física é captar o percurso da investigação sobre o movimento corporal (motricidade humana) e descobrir o caminho metodológico pelo qual os alunos internalizam esse percurso, para assim, pensar e agir autonomamente em relação às práticas corporais.  A dimensão pedagógica da educação física consistiria de três elementos:
·         Formular os objetivos sócio-políticos e pedagógicos e os conteúdos correspondentes;
·         Captar os processo de investigação da realidade ou o modo de pensar que caracteriza os saberes da motricidade humana, ou seja, a aprendizagem e domínio prático do processo metodológico que corresponde às ciências que estudam a motricidade humana;
·         As formas de aplicar conceitos e processos de pensamento e de atuação na análise de problemas e situações concretas da atividade física, inclusive, habilidades e hábitos específicos relacionados à saúde e eficiência física.
            Em que consiste esse modo de pensar “físico” no processo de ensino e aprendizagem da educação física? Considerando-se que o campo disciplinar da educação física é o movimento corporal, qual é o modo de pensar que lhe é próprio, qual é o caminho metodológico ao qual recorre? Em outras palavras: em que consiste o pensar e o agir “motrizmente” ou “corporalmente”? Quais são as competências cognitivas e operativas requeridas de um aluno “educação-fisicamente” bem formado?
            São questões que somente o especialista em educação física pode responder e é claro que as respostas a elas levarão à constituição dos conteúdos de ensino. Mas, principalmente, essas respostas serão o ponto de partida para se orientar pedagogicamente o ensino reflexivo de educação física. Este modo de compreender a dimensão pedagógica da educação física apoia-se na idéia de que a escola é um lugar em que os alunos aprendem a desenvolver a razão crítica e a se construírem como sujeitos autônomos e críticos. Escrevi recentemente:
A escolarização básica obrigatória tem um significado educativo, político e social, implicando o direito de todos, em condições iguais de oportunidades, ao acesso aos bens culturais, ao desenvolvimento das capacidades individuais e sociais, à formação da cidadania, à conquista da dignidade humana e da liberdade intelectual e política. Este princípio se baseia na crença do poder da educação para propiciar o desenvolvimento da razão critica pelo exercício da racionalidade, a melhoria da qualidade da vida, o desenvolvimento da subjetividade e da sensibilidade, a compreensão e a solidariedade entre os seres humanos, a inserção no trabalho e na vida social (Libâneo,  2001).
A compreensão da escola como um dos lugares de desenvolvimento da razão crítica implica que todas as disciplinas e atividades curriculares devem buscar a educação reflexiva, isto é, a educação para o pensar, para o aprender a pensar - uma educação que estimula a capacidade de raciocínio, análise e julgamento.
Com efeito, há, presentemente, três linhas da mudança de paradigma na educação: investigações sobre a inteligência, o novo conceito de aprendizagem e as experiências educativas articuladas com os contextos socioculturais.
A inteligência está relacionada com a aquisição de conhecimentos e habilidades mas, principalmente, é vista hoje como capacidade a ser aplicada e explorada pelos indivíduos. As recentes investigações destacam a forma de utilização da inteligência, i.e., as estratégias que se utilizam para aplicar efetivamente a inteligência. A aprendizagem é uma tarefa do ser ativo, que constrói seu conhecimento e sua personalidade, de modo que torna-se muito importante o ensino do pensar e do aprender a aprender, como meios de as pessoas alcançarem responsabilidade e autonomia. O desenvolvimento da inteligência e da aprendizagem, por sua vez, compreendem a inserção dos alunos num meio sociocultural. É através das interações com esse meio que os alunos aprendem os instrumentos cognitivos e comunicativos de sua cultura. Segundo Vigotsky, as funções mentais aparecem em dois planos da vida de um sujeito, primeiro no plano social e, em seguida, no plano psicológico.
Em síntese, as investigações atuais destacam a relevância da aprendizagem, o papel do ensino enquanto propiciador da aprendizagem e da atividade cognitiva do aluno, i.e., ensinar a pensar. A idéia é a de que o aluno internaliza conceitos, habilidades, mediante o modo de pensar a que a ciência recorre. A psicologia da cognição tem investigado os fatores internos da aprendizagem – os processos internos que ocorrem na mente do estudante durante uma experiência de aprendizagem (Beltrán Llhera, 1993).
A aprendizagem seria o resultado ou efeito do pensamento que processa os materiais informativos. Este processo inclui os movimentos, fases ou funções do pensamento no ato de aprender. Ensinar, ajudar a aprender, consiste em ensinar a pensar ou ajudar a desenvolver as distintas funções do pensamento e não só de armazenar conteúdos. Trata-se de ensinar a pensar dentro do ensino formal do currículo. A meu ver, também o ensino da educação física insere-se nesta linha de investigação da psicologia e da pedagogia.

Em conclusão:
1. Pedagogia é uma reflexão sobre o educativo, é uma orientação para a prática educativa, é uma direção de sentido das práticas de formação humana a partir de objetivos e valores que se põem à humanização das pessoas numa sociedade concreta. Ela se refere não apenas ao “como se faz”, mas ao “por que se faz”, de modo a orientar o trabalho educativo para as finalidades sociais e políticas almejadas pelo grupo de educadores. Uma visão crítica da Pedagogia assume que ter uma atitude pedagógica é dar uma direção de sentido, um rumo, às práticas educativas, de modo que a toda modalidade de prática educativa corresponda uma pedagogia. Se a educação física não tiver esse caráter pedagógico ela é inócua enquanto prática educativa intencional.
Trata-se, portanto, de entender a pedagogia como prática cultural, forma de trabalho cultural, que envolve uma prática intencional de produção e internalização de significados. É esse caráter de mediação cultural da pedagogia que faz viabilizar várias modalidades e formas institucionais de educação, entre elas a educação escolar. Todo educador físico, onde quer que esteja e seja qual for sua modalidade de trabalho e de militância, é um pedagogo.
2. Pedagogizar a ciência significa fazer transposição didática. Transposição didática é a conseqüência prática da pedagogização da ciência. Consiste em converter o saber de um campo de conhecimento – no caso, os conteúdos científicos e culturais da educação física – em matéria de estudo ou atividade física. O resultado da transposição é a seleção e organização dos saberes científicos e técnicos com a finalidade de serem aprendidos e incorporados pelos alunos mediante o ensino. Nas salas de aula, nas quadras, nas academias, o trabalho pedagógico consiste em ajudar o aluno a internalizar movimentos, a ter consciência do que está fazendo, ou seja, a atribuir significado pessoal que está fazendo. Isso significa que saberes e atividades da educação física, para se tornarem incorporados pelos alunos e eficazes para seu cultivo físico e mental, necessitam de princípios e procedimentos didáticos adequados.
3. Práticas educativas intencionais supõem conteúdos, processos do pensar, capacidades e habilidades que propiciam o dominio de instrumentos conceituais e sua aplicação. Os processos formais do pensamento e os processos da ação prática supõem a formação dos conteúdos do pensamento em conexão com o desenvolvimento de habilidades cognitivas e operativas referentes a esses conteúdos. O pensar e o agir supõem, portanto, o dominio do próprio processo de pensar e raciocinar referente ao campo científico, cultural ou técnico.
4. As práticas educativas acontecem em muitos lugares sociais, o que significa dizer que há uma dimensão pedagógica da educação física em todos os lugares em que ela acontece: nas escolas, nos clubes esportivos, nas academias de ginástica, nos hotéis de turismo etc. Tais atividades físicas e esportivas implicam uma ação pedagógica: na explicitação de objetivos sociopolíticos e pedagógicos, na condução pedagógica da formação física, no sucesso escolar que os alunos demonstram nas atividades físicas.
            As questões aqui consideradas podem fornecer uma pista para sistematização de princípios pedagógicos da educação física, a partir dos resultados das pesquisas da área e das exigências pedagógicas das práticas educativas nas escolas. Tais princípios valeriam para as práticas formais, não-formais e informais de educação física, já que em todos os lugares onde se ensinam práticas corporais também se educa, também se realiza uma ação pedagógica.
         Em síntese, a dimensão pedagógica da educação física não se reduz aos métodos e procedimentos de ensino pois envolve, também, uma intencionalidade educativa e um modo de conhecimento e aprendizagem que valoriza o sentido da educação física para os sujeitos que aprendem. A aprendizagem como processo de produção de sentido significa considerar a condição subjetiva de quem aprende incluindo suas emoções, a internalização de conceitos e habilidades, a relação professor-alunos, o significado pessoal daquilo que está sendo levado a fazer. Aprendizagem com sentido é ensinar para que os alunos – crianças, jovens ou adultos – compreendam melhor o sentido do que aprendem para suas vidas, isto é, o sentido do mundo e da sociedade, da vida humana, do corpo, das relações com os outros, das relações consigo mesmos. Portanto, se quisermos pensar a educação física como atividade curricular com forte influência no conjunto das outras disciplinas e atividades escolares e com potencial inestimável de fortalecer a educação da personalidade dos alunos, é preciso que se continue investigando seus fundamentos científicos, epistemológicos e didáticos.


LIBÂNEO, José Carlos. A Dimensão Pedagógica da Educação Física: Questões Didáticas e Epistemológicas.  In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO ESPORTE, XII., 2001, Caxambu, MG. Anais... DN CBCE, Secretarias Estaduais de Minas Gerais e São Paulo, 2001.
Bibliografia
BELTRÁN LLERA, Jesús A . Procesos, estrategias y técnicas de aprendizaje. Madrid, Editorial Síntesis, 1993.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo, Cortez Editora, 1999.
LIBÂNEO, José C. Pedagogia e pedagogos, para quê? São Paulo, Cortez, 2000.
LIBÂNEO, José C. Organização e gestão da escola – Teoria e prática. Goiânia, Alternativa, 2001.
LIPMAN, Matthew. Natasha - Diálogos vygotskianos. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
VÁZQUEZ GÓMEZ, Gonzalo. La educación física. In: CASTILLEJO, José L. e outros. Teoría de la educación. Madrid, Taurus, 1994.


*  Professor Titular da Universidade Católica de Goiás, Departamento de Educação e Mestrado em Educação. Texto de conferência apresentado no XII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte, realizado em Caxambu/MG, em outubro de 2001.