quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O KARATÊ VISTO EM TRÊS ASPECTOS


         O Karatê-Dô
           
            O ser humano é uma criatura ativa que se expressa através do movimento. O movimento afeta a consciência social e expressa os padrões comportamentais da adaptação. A “integridade” ou o “homem inteiro” não significam o homem completo ou perfeito.
            O homem é um todo decorrente do estado de equilíbrio alcançado em seus diferentes aspectos (psicológicos, social, físico, intelectual e psicomotor), equilíbrio esse atingido através de contínuo desenvolvimento.
            Por esse motivo necessitamos, cada vez mais, de criar constantemente uma filosofia comportamental. A isto corresponde a ação educativa que busca o homem culto, entendendo-se, por este, o indivíduo que conhece a si mesmo e que adquire autonomia e senso de responsabilidade de acordo com os verdadeiros valores humanos.


            O Karatê Esporte  

            Esporte é toda e qualquer atividade ligada ao corpo ou à mente através da qual um indivíduo ou um grupo de indivíduos atua, dentro de um conjunto de regras entre eles estabelecidas e aceitas, avaliando-se em situação de confronto.
            O controle de sentimentos como raiva ou medo, de atitudes como respeito ou desrespeito deve levar ao equilíbrio entra a vitória e a derrota. E é esse equilíbrio que se busca despertar no praticante de qualquer esporte, através de experiências de vida adquiridas no meio salutar e digno de uma competição.
            Tudo o que não se insere no contexto educacional não têm valor como esporte e menos ainda como forjador do caráter.


            O que fazer para consolidar definitivamente o karatê

1.      Conscientizar-se de que a tarefa educativa não é apenas um trabalho de equipe, mas, antes uma realização individual. A tarefa educativa implica na participação efetiva.
2.      Respeitar a individualidade e promover o equilíbrio sem fazer apologias a concepções excessivamente intelectuais.
3.      Valorizar as possibilidades formativas e educacionais do Karatê ginástico, esportivo e formativo.
4.      Cuidar, como árbitro, treinador e docente, de sua atualização, aperfeiçoamento e qualificação profissional.
5.      Persistir na tarefa somente quando se tem verdadeira vocação e sem nunca perder a responsabilidade pelo conceito da própria classe.
6.      Atender a seriedade e eficiência do karatê como educação formal e esportiva.
7.      Fazer observações construtivas, justas e oportunas em defesa da educação.
8.      Obedecer as leis que regulam a realização do Karatê, de conformidade aos princípios de direito, justiça, bom senso e seriedade que devem reger a ética profissional.
9.      Aceitar e atender, de maneira consciente e sem restrições, lei comum que regule e coordene os esforços de todos.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SELETIVA SUB - 21 2011

Tendo em vista que estaremos sediando o Campeonato Panamericano Cadetes, Junior e Sub-21 anos, bem como a nossa participação no Campeonato Sulamericano, esta Confederação estará realizando duas seletivas nacionais, conforme abaixo:


CAMPEONATO SULAMERICANO/2011  28 de junho a 3 de julho – Assunção/Paraguai
 Para o Campeonato Sulamericano serão realizadas duas seletivas de âmbito nacional, onde serão classificados os campeões de cada categoria.
 Poderão participar das seletivas os competidores de todo o Brasil, independente de sua região de origem, desde que inscritos pelas federações filiadas, em pleno goso de seus direitos estatutários, e que atendam os dispositivos abaixo:

1 -  Todos os participantes da seletiva deverão possuir a graduação mínima de 2º kyu e estarem devidamente registrados na CBK.
 2 - Os participantes em kumite, menores de 18 anos, deverão apresentar autorização dos pais ou responsáveis legais, com firma reconhecida, sem a qual estarão impedidos de participação. (vide modelo anexo)
 3 –  Na seletiva, o atleta deverá participar da categoria na qual terá (idade mínima e máxima) entre os dias 28 de junho a 3 de julho de 2011, data do Campeonato Sulamericano.
Primeira Seletiva:     Será realizada na cidade de Fortaleza/CE nos dias 19 e 20 de Março de 2011.
 Segunda Seletiva:           Será realizada no estado de São Paulo nos dias 09 e 10  de Abril de 2011.
 Das Modalidades e categorias em disputa
a) -  Kata Individual masculino e feminino: 12/13, 14/15,  16/17 e 18/20 anos.
      Cada Federação poderá inscrever número ilimitado de atletas por categoria.
b) -  Kumite Individual masculino e feminino: 12/13, 14/15,  16/17 e 18/20 anos.        
        Cada Federação poderá inscrever número ilimitado de atletas por categoria e peso.
 SELETIVA DE KATA POR EQUIPE – MASCULINO E FEMININO
Junior (14/17 anos) e Senior (acima de 18 anos)
 Será realizada juntamente com a segunda seletiva nos dias 9 e 10 de abril no estado de São Paulo. Cada federação poderá inscrever uma equipe no masculino e no feminino.
                                                                DISPOSIÇÕES FINAIS1 -  A taxa de inscrição será de R$ 150,00, por atleta, e não serão aceitas inscrições ou pagamento no dia da  seletiva.
2 -  O Sistema de avaliação da Seletiva será competição por eliminatória simples.
3 -  Os atletas que conquistarem a medalha de ouro no Campeonato Sulamericano serão convocados para o Campeonato Panamericano, desde que não estejam fora da idade na época do mesmo (28 de agosto a 04 de setembro de 2011).
4 -  Os demais critérios a serem adotados para a formação das Seleções Brasileiras para os Campeonatos Panamericano e Mundial Junior, dessas categorias, serão em uma outra etapa e divulgados oportunamente.
5 - O local, data, prazo e ficha de inscrição de cada seletiva será encaminhado oportunamente.
6 - As inscrições que chegarem a secretaria desta Confederação, após a data limite a ser determinada, ou sem o recolhimento das taxas constantes na ficha de inscrição, serão  indeferidas.
  A Diretoria Técnica da CBK





sensei pedro melo

A CONDUTA NO DOJO

A Conduta no Dojo

            É preciso que todo praticante de Karatê saiba como se portar dentro do dojo, local de treino. Antes de tudo, este local deve ser respeitado, não devendo jamais ser pisado de sapato. O aluno mais novo de graduação não deve chamar o mais antigo para treinar luta (Kumitê), no caso de ser convidado para treinar, não deve rejeitar mesmo estando cansado, e no caso de estar ferido, dirigir-se primeiro ao local de luta.


            Durante o descanso das aulas, procurar ficar em atitude de respeito, evitando cruzar os braços e por as mãos na cintura. Em uma aula ou treino de kata, o aluno mais graduado deve corrigir os menos graduados, e os alunos mais novos devem observar os colegas em treinamento.
            A atitude de uma pessoa deve ser de acordo com o que pensa a respeito daquilo que está fazendo, mesmo fora do local de treino, aquele que verdadeiramente segue o Karatê, como arte, mantém uma atitude de respeito com todos os praticantes. Uma pessoa que já pratica há muito tempo, sabe perfeitamente a atitude que se deve tomar, mas o iniciante normalmente erra e só com o tempo é que vai adquirindo uma boa conduta.



SENSEI PEDRO MELO

domingo, 16 de janeiro de 2011

RELAÇÃO PROFESSOR ALUNO

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

         Ensinar uma criança a ser um pessoal de bom caráter, de acordo com os desejos de sua família, é uma grande responsabilidade.
            Certamente, deverá existir amor e entendimento em todas as suas relações, mas também deverá haver objetividade. O mesmo deverá existir no Karatê. A responsabilidade de transmitir essa arte obriga os professores a ensinar aos alunos a serem física e mentalmente fortes e a contribuir para um mundo mais pacífico.



            Os seguintes pontos de deverão ser seguidos pelos instrutores:

1.      Nunca se canse de ensinar. Um bom instrutor pode ensinar em qualquer lugar, a qualquer hora, e está sempre pronto a responder perguntas.
2.      Um professor deve estar ansioso para que seus alunos o superem: essa é a sua satisfação máxima. Um aluno nunca deveria ser reprimido. Se o instrutor percebe que seu aluno desenvolveu-se além de suas capacidades de treinamento, o mesmo deveria ser encaminhado a um instrutor de graduação.
3.      Um bom professor deve dar um bom exemplo para seus alunos.
4.      os professores devem ajudar os seus alunos a desenvolverem bons contatos fora da sala de aula.
5.      os professores devem ensinar científica e teoricamente para economizar tempo e energia.
6.      Todos os alunos devem ser tratados igualmente, sem favoritismo. Os alunos devem ser sempre advertidos particularmente, nunca em frente à classe.
7.      os alunos deveriam ser encorajados a visitar outros salões de treinamento e estudar outras técnicas.
8.      se o professor não for capaz de responder uma pergunta do aluno, ele não deveria “fabricar uma resposta”, e tentar achar a resposta o mais rápido possível.
9.      O propósito de um professor é fazer excelentes alunos, técnica e mentalmente.
10.  Seja sempre honesto com seus alunos e nunca destrua uma verdade.




O Professor Ideal

            Um instrutor deverá combinar as qualidades de discípulo e militar se quiser formar alunos de caráter nobre e com habilidades surpreendentes. Sem dúvida alguma, o professor ideal deverá ter as seguintes qualidades:

1.      Moral e normas éticas fortes.
2.      Clara visão e filosofia de vida.
3.      Atitude responsável como instrutor.
4.      Entendimento científico nos assuntos técnicos.
5.      Conhecimentos dos pontos vitais da anatomia humana.
6.      dedicação na divulgação da arte do Karatê através do mundo.
7.      deverá ser a pessoa que ganha a confiança de seus superiores.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O JOGO KARATE ...

O JOGO KARATÊ: A PRÁTICA DO BOM COMBATE, DESDE CEDO
         O Karatê, definido como fenômeno automaticamente organizado, é uma atividade do século XX, embora o seu processo de gênese remonta sua história há muitos séculos atrás. Tal como em alguns outros desportes de combate ou “artes marciais”, existe ainda um certo discurso que pretende antagonizar a perspectiva imposta pelo jogo desportivo com a dada pela prática marcial destas disciplinas.
            Interessa-nos sim, perceber a estrutura do jogo de combate do Karatê. Mas, antes disso, é preciso esclarecer o fenômeno competitivo com algumas observações.


            Competição

            As competições apontam uma despromoção da modalidade. Na atualidade desportiva do Karatê só cerca de 5% dos karatecas, participam em competições institucionalizadas. Temos neste fenômeno desportivo mais competidores assentados do que expectadores.
            A prática individual em jogo é posta em causa por atirar para as bancadas, por outro lado, a competição e as regras desportivas, parecem não ser o suporte que motiva a maioria dos praticantes atualmente.
            Antes de tudo, o karatê Infantil, deve ser encarado como uma atividade lúdica, cujo fim se orienta para o prazer. A repetição da atividade em função do prazer advém, como vimos da vitória. Esta é entendida como atividade bem-sucedida na repetição que gera o prazer lúdico e, como veremos mais à frente, pode ultrapassar o simples ganhar formal do combate competitivo e se expandir à atividade em geral.
            Existe sempre a competição nessas faixas etárias, mesmo sem a orientação do adulto, já que o caráter agonístico é também inerente à ação lúdica, mesmo à infantil, e sendo a expressão da procura da novidade, e necessário reconhecer a sua importância a sua importância, mesmo pedagógica.
            A grande diferença quando em competições formalizadas, não está na utilização de regras, mas sim, na utilização da estandardização e codificação, numa perspectiva que se afasta dos valores desenvolvimento.
            Devemos promover uma competição formal de qualidade, para que possa ser encarada como um verdadeiro teste pessoal. A “ética” e a “competição” serão perfeitamente compatíveis quando não se toma como o fim de si mesmas. Perder a qualidade na promoção de fraudes competitivas desmoraliza os praticantes e desacredita a modalidade na opinião pública.




            O significado do “Ganhar”

            O ganhar para uma criança antes dos sete anos de idade não é fonte explícita de prazer, mas sim do jogo por jogo. A atividade em si não se resume ao “ganhar”. Existe um conjunto de incentivos que envolvem a criança, com a vontade de ir e de fazer aula; de se equipe para isso (o kimono); de participar nos jogos prescritos no ensinamento; de executar os ataques e as defesas nos combates com os outros (todo o esquema psicomotor dessas ações) de se relacionar com o adulto na aula, etc. Tudo implica uma articulação do sistema inconsciente com o consciente, que pode ser fonte de prazer e que impede a sua repetição, fazendo com que toda estas ações se incluam no próprio jogo.
            Mas depois dos sete anos, o ganhar torna-se fonte de prazer. A frustração do perder pode ser, em alguns casos, motivadora da repetição da atividade, tanto mais empenhada como mais frustrada, mas em outros casos, poderá levar à desistência.



            Estrutura do Jogo do combate

            Uma das suas características é que, por um lado, toda a responsabilidade de interpretação do jogo é individual e por outro, a situação aberta isto é, não depende apenas da própria intervenção mas de todo um diálogo corporal com o “outro”, sem apelar de forma demasiada complexa à cooperação.Trata-se de um autêntico comportamento de sociabilização adequado à segunda infância e uma introdução aos cooperativos próprios do período seguinte.
            Outra característica importante do jogo do combate, como vimos ao nos referirmos ao caráter biplanear dos jogos é a forma como é interpretado pelas crianças, ou seja, como um faz-de-conta da luta real. Esta atividade, base de expressões emocionais das mais diversas em vez de ser recalcada, deve ser trabalhada objetivamente. O líder com uma situação em que a “agressão” do ‘outro’ é trabalhada ludicamente, permite-se à vivência próxima de problemas sócio-afetivos diversos, como o da agressividade.
            O impulso lúdico que leva à atividade e ao ato do pensamento, permite o desenvolvimento individual. 
            Em perfeita coerência com a promoção de valores sociais atuais, conteúdo ético deve ser explicitamente trabalhado em todas as situações de jogo dual, sociabilizando nesse sentido, o impulso lúdico.
            A regra que consideramos como a mais importante do jogo de combate no Karatê é a do controle dos impactos transmitidos ao ‘adversário’ que é, na verdade o companheiro de jogo.
            Para a criança, não se deve tratar de “bater”, mas sim de tocar no seu companheiro de jogo, mostrando que existe explicitamente a diferença entre a realidade “bater” e a realidade “tocar” e, neste caso, é evidente o caráter biplanear, já que esta realidade pode ser assumida simbolicamente como aquela.
            Na verdade as situações de equilíbrio e desequilíbrio e as situações de imobilização servem para estimular e consolidam as estruturas responsáveis pelo tratamento energético, mecânico, informacional, psicológico e social da situação de luta, numa globalização possível.
            Os jogos de toque fundamentam os impactos, os de equilíbrio e desequilíbrio fundamentam as projeções e das respectivas quedas, os de imobilização fundamentam as imobilizações e preparam as chaves e os estrangulamentos.
            Em termos simples, a área lúdica do jogo/combate envolve o próprio indivíduo, numa dinâmica afetiva intelectual e volitiva, circunstancialmente envolve um oponente, o adversário e todo o espaço limitado por determinadas dimensões e conteúdo como as regras.
            A partir daí, desenvolve-se toda a estrutura do jogo. Manipulando as regras teremos uma distância característica. Devido a esta distância a leitura da situação é predominante visual ou tátil, trabalhando a atenção e concentração na sua movimentação face à do adversário, que lhe tenta tocar e evita  ser tocado, que o tenta desequilibrar e evita ser desequilibrado, que tenta o imobilizar e evita ser imobilizado. Já as manipulações ativa e intencional da distância, através da movimentação própria, através da pega e do contato, marcam o ritmo do jogo.
            Numa vertente mais especializada, podem vir a interessar, predominantemente, as situações de “toque”: característica do combate competitivo institucionalizado no Karatê.
            Temos então, as três dimensões que determinam este tipo de Desporto de Combate “Ma” pretende exprimir “distância”, quer no sentido espacial quer no temporal; e o verbo “ai” exprime um reencontro entre duas pessoas ou objetos.
            Assim, segundo o Maai exprimirá um movimento de aproximações e afastamento entre pessoa ou objeto, movimento entendido num sentido espaço-temporal, pelo que podemos compreender desde já, a intrínseca relação com a noção de hyoshi, integrar dois tipos de movimento: um em relação a si mesmo e outro em relação ao adversário. Se Maai tem a ver com a distância espaço-temporal relativo (eu-eu / eu-outro), Hyoshi tem a ver com o estado de modificações sucessivas que o Maai vai apresentando no desenrolar do jogo de combate dual.






            Intervenção Pedagógica

            Não é só no jogo de combate que reside o foco motivacional para a prática do Karatê. Ultrapassa-se a simples atividade combate, para integrar todo um conjunto de influências paralelas ao jogo de combate é a atividade Karatê no sentido amplo.
            Antes de tudo, o prazer lúdico deve ser componente predominante nos exercícios a propor. A aula deve promover um ambiente de autonomia e liberdade. Por outro lado, a implementação dos valores de respeito pelo outro deve ser promovida pela manipulação das recompensas afetivas e outras, que incentivem o controle técnico do toque no parceiro.
            A técnica emerge da manipulação das dimensões referidas. A leitura da situação vai se acentuando no essencial, por largar o acessório, o indivíduo vai encontrando a sua distância e o seu ritmo próprio.
            Só aos 11 ou 12 anos é que se passa de um pensamento concreto a um pensamento formal. Mas o pensamento concreto refere-se à “representação de ações possíveis” e o pensamento formal diz respeito à “representação de representação de ações possíveis” por meio de palavras ou símbolos.
            O desenvolvimento do raciocínio estratégico vai acontecendo à medida que a criança vai interiorizando as ações na relação eu/outro. Trata-se do pensamento concreto acompanhando da reversibilidade, que se torna possível a partir dos sete anos.
            A partir dos três anos de idade, a criança começa a orientar a sua atenção para o objeto, distinguindo-o do sujeito “eu”. Mas esta autoconsciência é acompanhada de um isolamento em relação a outras crianças. São as colisões que vão tendo com outros colegas que a levam a tomar consciência da personalidade do “outro”.
            É a partir dos quatro ou cinco anos que se começa a gerar esporadicamente, grupos duais, permanecendo
o egocentrismo, manifestado na falta de preocupação em ganhar, pois ganhar implica na perfeita consciência do outro. Só a intervenção do adulto na aula é que consegue manter a ordem do grupo.
            A gestão da iniciação ao Karatê aos cinco anos pode ter a tendência para o refúgio no reducionismo ontológico sem sentido concreto, ou seja, para uma iniciação baseada em exercícios em que a presença do “outro” não seja indispensável: Kihon e Kata. Estas práticas só têm significado com determinados “estado de espírito” que implicam descentralização do “eu” rumo ao “outro”. Não ter isto não é preparar as crianças para um jogo criativo, liberto e autônomo. Só com muito cuidado se deve utilizar os Esportes de Combate com crianças de cinco anos.
            Além disso, somente aos sete ou oito anos de idade é que se faz a aquisição matura dos movimentos fundamentais, tornando-se mais importante. A partir daí, há a consolidação do discurso motor próprio, pela modelação sócio-institucionalizada.
            Assim, se tivéssemos que encontrar uma idade mais adequada para se iniciara prática dos esportes de combate, optaríamos pelos seis ou sete anos. Mas, mais importante que isso é a preocupação evidente pela formação do Mestre da prática. Ele deve ser um especialista em crianças disso não temos dúvida.

sensei pedro melo

domingo, 9 de janeiro de 2011

TREINAMENTO SELEÇÃO ALAGOANA DE KARATE 2011

Maceió, 09 de janeiro de  2011.
Assunto:PLANEJAMENTO PARA FORMAÇÃO DA SELEÇÃO ALAGOANA DE KARATE SUB21

                        Prezado Senhor,

              Eu Pedro Melo RG. 1441977 SSP/AL técnico da seleção alagoana de karate, venho por meio deste solicitar que através deste oficio comuniquem os atletas de seu clube e de clubes filiados a federação alagoana de karate para formação e treinamento da seleção alagoana de karate sub21 visando os campeonatos e as seletivas que iremos ter em 2011. Iremos dar inico as preparações da equipe no dia 15 de janeiro as 9horas da manhã , sábado, no local força escola na cambona.
                       
                      Agradeço desde já o apoio do presidente desta instituição FAK em ajuda e cooperação da melhoria do nível técnico do karate do nosso estado .

                                                                       Atenciosamente


Pedro Melo
Técnico da seleção alagoana de karate


Ilmª. Presidente Jadgilson Torres
FAK -  FEDERAÇÃO ALAGOANA DE KARATE
NESTA



sensei pedro melo

sábado, 8 de janeiro de 2011

CRIANÇAS E AS ARTES MARCIAIS

A CRIANÇA E AS ARTES MARCIAIS


         O que dizem os Psicólogos?
           
            O desejo de se tornar “grande e forte” e, particularmente no menino, um parâmetro essencial da construção da sua personalidade. Durante muito tempo, na evolução da História, o homem impôs seu lugar no mundo pela força bruta.
            A imagem do super-herói musculoso (cinema ou vídeo game) o padrão que o menino tem por modelo. E a lembrar das regiões, ainda muitas, menos favorecidas do globo em que a força bruta continua animalescamente predominando…
            As meninas, há poucos anos mais propensas a atividades mais suaves, como dança, aeróbica ou ginástica, vêem, nos dias de hoje, diante da mesma necessidade de aprender técnicas de auto-defesa diante do inseguro e ameaçador clima social.
            Menino ou menina, toda criança tem uma grande urgência em canalizar seus excessos de energia e agressividade. Ser em pleno processo de desenvolvimento e maturação, a criança não pode ser vista como “um adulto em miniatura”.



 
            A importância da Psicomotricidade

            Estudos mais recentes e um conhecimento mais preciso das diferentes etapas do crescimento infantil têm mostrado que a prática das artes marciais pode contribuir grandemente para a educação psicomotora de crianças a partir dos 5 anos de idade.
            Aos 5 anos, a criança continua muito apegada à mãe e muito centralizada em si mesma (fase do egocentrismo); tem tendência a fazer tudo a ela própria e dificilmente coopera nas atividades de grupo.
            É seu caráter ainda instável que o leva a situação de conflitos. Por outro lado, a criança pode “bloquear-se” ou fechar-se ou opor-se às solicitações dos adultos que vivem num mundo “diferente” do dela.
            No aconchego de uma boa academia, as artes marciais podem levar essa criança a uma situação de segurança e de confiança nos mais velhos. A integração do grupo se dará natural e progressivamente. Os pais podem acompanhar as primeiras aulas, dependendo da linha educacional do professor, mas nunca devem forçar o filho a uma prática que se tornará então extremamente ameaçadora e desagradável.




            O Papel do Professor

            A criança é um ser totalmente emotivo. A personalidade e o equilíbrio de seu professor desempenhará um papel preponderante sobre a vontade e a motivação da criança em querer seguir o curso.
            Obviamente, o professor deverá ser um profissional devidamente habilitado tanto na arte marcial que vai ensinar quanto a educação infantil. Deverá ser uma pessoa equilibrada, paciente e afetiva.




            A importância do “Jogo” ou Aspecto Lúdico

            Crianças tendem a se desinteressar tão rapidamente por uma coisa quanto rapidamente se interessaram. Como ela é um ser profundamente criativo e imaginativo, o aspecto lúdico das atividades (jogo ou brincadeiras – aliadas à disciplina, que são as próprias – “regras do jogo”) devem caminhar junto com o domínio das ações motoras infantis e com suas expectativas emocionais.
            Levar a criança à plena realização de seu potencial em desenvolvimento. É importante a utilização de material diferenciado e numeroso, já que a criança precisa estar sempre “manipulando” alguma coisa.
           
- Permitir à criança tomar consciência de seu corpo é mais forte e mais hábil que o outro. A isso chamamos “lateralidade” em linguagem educacional.
- Fazer a criança tomar consciência de que um lado de seu corpo é mais forte e mais hábil que o outro. A isso chamamos “lateralidade” em linguagem educacional.
- Permitir à criança situar-se no espaço e de situar as coisas umas com relação às outras (estruturação espacial).
- Permitir à criança situar-se no tempo e assimilar noções de cronologia, de ritmo e de cadência (estruturação temporal).
            Como se vê, trata-se de um verdadeiro “sacerdócio” o ensino que o instrumento de arte marcial vai ministrar a seus alunos infantis.
            A maneira pela qual a criança se exprime, com seu corpo, traduz seu bem ou mal estar diante do ambiente que a cerca. Uma criança segura de si caminhará de maneira diferente de uma criança ameaçada ou tímida.
            A prática das artes marciais deverá dar ao educando pleno domínio de seus movimentos. Mas deverá agir sobre o comportamento infantil, canalizando o excesso de energia.
            Nesse processo educativo, o aprender a socar, chutar ou cair não é objetivo do ensino das artes marciais para crianças.
            O aspecto que surge, em primeiro plano é o direcionamento sadio do desenvolvimento infantil para a boa integração no meio ambiente e conseqüentemente para a auto-aceitação.



sensei pedro melo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A PRÁTICA DO KARATE INFANTIL...

A PRÁTICA DO KARATÊ INFANTIL



            Além de seus princípios filosóficos, através da prática do Karatê a criança desenvolve suas habilidades motoras, melhora sua auto-estima; adquire atitudes positivas diante da vida; aprende a viver em grupo, formando e reformulando atitudes e hábitos. Um dos fatores importantes durante os treinos é que se crie um clima de cordialidade, confiança e cooperação.
            O Karatê como arte marcial não-competitiva, possui um caráter altamente sociabilizador, estabelecendo entre as crianças uma relação de amizade e respeito mútuo.
            As técnicas de Karatê favorecem a flexibilidade, o fortalecimento e o equilíbrio do corpo; ajudam a criança a dominar seus movimentos e impulsos, bem como influenciam na idéia que a criança tem de si mesma, fazendo com que melhore sua consciência corporal.
            Sentindo mais precisa suas noções corporais e fazendo com que seus gestos se tornem também mais objetivos, a criança passa a interagir com mais segurança em seu meio ambiente, melhorando sua vida social e afetiva.
            Paralelamente aos treinos de Karatê propriamente ditos, as crianças têm a oportunidade de conhecer a história do fundador e um pouco da cultura japonesa.
            Juntamente com as técnicas do Karatê as crianças aprendem a amar a natureza, se tornam pessoas capazes de amar e respeitar as coisas mais simples da vida.



SENSEI PEDRO MELO

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

AS CRIANÇAS E O KARATE

AS CRIANÇAS E O KARATÊ



         As crianças aprendem disciplina, cumprindo horários e respeitando os mais graduados. Entrar descalço, falar em voz baixa, prestar atenção no que o sensei está explicando, esforçar-se para executar as respectivas técnicas ensinadas fazem parte dos ensinamentos que irão adquirir no “Dojo”. 
            Respeitando os mais graduados, os alunos irão aprender a respeitar os mais velos, familiares ou não.
            Nas aulas, desenvolvemos nas crianças, a sua estrutura psicomotora de base: percepção e controle do corpo, vivências sensoriais, lateralidade, coordenação, interdependência dos membros em relação ao corpo e em relação a eles mesmos, noção espacial e temporal.
            Para podermos trabalhar com a criança, precisamos que ela mantenha-se atenta e para isso temos que usar materiais diferenciados e numerosos, pois a criança precisa estar manipulando alguma coisa.
            Com esse trabalho a criança começa a ter consciência dos aspectos inerentes ao seu corpo. portanto, podemos concluir que o Karatê, além de trazer os benefícios que um esporte oferece, também colabora com uma formação, em arte marcial para as crianças que o praticam.




            Kata

            O kata pode ser definido da seguinte forma: seqüência de movimentos previamente estabelecidos onde o praticante imagina que está lutando contra vários adversários.
            Espiritualmente falando, kata objetiva desenvolver no karateca a cortesia, coragem, confiança, polidez e humildade.
            O kata desenvolve no karateca criatividade, animação, coordenação rítmica, força e dignidade, porém se treinado diariamente, mesmo que por poucos minutos, com sinceridade e muita dedicação, pois seu efeito é cumulativo.






            Uma boa Execução do Kata

            Seqüência correta dos movimentos, respiração adequada, ter ritmo e tempo, observar o início e fim, concentrar-se no significado de cada movimento.
            Também podemos sistematizar treinos modificando o Enbuzen (linha de atuação do kata) original para um melhor rendimento do karateca.
            No karatê, devemos respeitar os movimentos dez, cem, mil vezes e até mais, pois além de aprimorá-los, iremos fortalecer o nosso espírito que deve ser forte e perseverante em tudo que fazemos pois, enquanto tivermos um objetivo iremos lutar com afinco para alcançá-lo.




SENSEI PEDRO MELO

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O KARATE PARA CRIANÇAS

O KARATÊ PARA CRIANÇAS



            O Karatê por ser um esporte bem variado, tem sido procurado por pessoas de diversas idades, porém, com perspectivas diferentes.
            As crianças na maioria das vezes, entram no Karatê por vontade dos pais. Estes as colocam, conforme depoimentos nesses nados de trabalho por elas serem agitadas, por serem rebeldes e briguentas (disciplina das artes marciais); acham bonito querem fazer a criança praticar algo por ser ela muito parada; etc. Já, quando a criança pede para entrar, geralmente é porque ela é vidrada em desenhos ou filmes de luta ou porque o amigo pratica.
            Quando a criança inicia a prática desta arte, a preocupação consiste em prepara o seu organismo de forma saudável, para que tenha uma base mínima que a prepare à qualquer atividade que venha praticar.
            Os adolescentes, praticamente procuram o Karatê por causa da luta em si, a luta também trabalha a auto-estima, principalmente a competição, ajuda-os a lidar melhor com esta situação. Conforme Freud, quando crianças, os pais são os heróis e elas querem imitá-los; na adolescência, fazem tudo o que seja oposto a eles em busca de sua própria identidade. Então numa fase em que precisam se sentir seguros, fazer algo que os torne diferentes, que atraia atenção e esteja na moda.
            Os adultos, em sua maioria, procuram algo para extravasar as cargas do trabalho e do dia-a-dia, e entram no Karatê quando necessitam fazer alguma atividade que não seja monótona.
            Algumas pessoas procuram o Karatê como terapia para aprender a se controlar mais, saber encarar melhor a vida e muitos falam em chegar ao equilíbrio do corpo e da mente. Há quem procure o Karatê especificamente como defesa pessoal.

            Dentre os vários benefícios que o Karatê proporciona, abaixo:

- aumento das funções psicomotoras, o que implica no desencadeamento de diversos fatores importantíssimo na fase escolar;
- Desenvolvimento da coordenação motora, reflexos e agilidade;
- Ajuste das funções psicomotoras, o que implica no desencadeamento de diversos fatores importantíssimos na fase escolar;
- Desenvolvimento da concentração;
- Desenvolver a personalidade do praticante tornando-o mais paciente, humilde, sincero e responsável;
- Fazer com que o aluno aprenda a respeitar o próximo e a trabalhar em grupo;
- Melhorar a saúde através de exercícios progressivos;
- Corrigir as deformações conseqüentes de posturas incorretas;
- Aprender técnicas de defesa pessoal e desenvolver o autocontrole;
- Proporcionar o gosto pela prática de esportes.

            Assim sendo, o treinamento de Karatê para crianças tem como objetivo o aspecto social, o qual prepara a criança para o mundo, dando-lhe noções de cidadania, sociabilização, respeito aos outros; isso tudo de acordo com os princípios do karatê e os da sociedade.



SENSEI PEDRO MELO